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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Jesus comemorou a Festa de Chanuká. Vamos comemorá-la?

A Festa de Chanuká (lê-se ranucá) não é o Natal judaico, como muitas pessoas acham, inclusive porque vendem-se bolas de árvores de Natal com símbolos judaicos e isso acaba confundindo as pessoas. A Festa de Chanuká tem a ver com a sobrevivência do povo judeu. O povo que foi chamado pelo Eterno para ser luz para as nações e que desde que recebeu esse chamado tem passado por muitas perseguições. Essa foto é impactante. São judeus dentro de um campo de concentração consagrando suas vidas ao Eterno durante a Festa de Chanuká, que é uma festa que comemora a vitória do povo contra a opressão de tiranos cheios de ódio contra os servos de Deus.



A Festa de Chanuká também é conhecida como a Festa da Dedicação ou Festa das Luzes. Começa no 25º dia do mês judaico de Kislev e dura oito noites. Em 2016, o início coincide com o dia 24 de dezembro.

Enquanto boa parte do mundo, inclusive cristão, estará reunida comemorando o Natal (uma festa de origem totalmente pagã, com comidas, objetos e tradições oriundas de cultos à demônios, mas com uma roupagem "cristã") os que seguem e imitam a Yeshua/Jesus deveriam comemorar essa festa, assim como Ele comemorou. 

Em João 10:22, vemos Yeshua/Jesus passeando no Templo na comemoração da Festa da Dedicação. Essa é a única passagem no Novo Testamento que se refere à festa em questão. Não encontramos esta celebração no Antigo Testamento porque o fato que deu origem à esta festa ocorreu no ano 162 a.C. Se o nosso Salvador comemorou Chanuká, eu também quero comemorar. E para isso preciso entender o que significa comemorar Chanuká.

Se todas as pessoas que dizem crer e seguir a Yeshua/Jesus parassem para pesquisar e pensar porque comemoram o Natal e qual a origem dessa festa, de verdade, se essas pessoas amam mesmo o Senhor, elas parariam imediatamente de festejar algo que para Deus é uma abominação. E muitos festejam - assim como eu já fiz - achando que estão fazendo algo bom, algo que agrada a Deus. Mas na verdade é uma festividade que NADA tem a ver com Yeshua/Jesus. Muito pelo contrário. 

Em nenhuma passagem da Bíblia, o nosso Salvador aparece comemorando o Seu aniversário ou ordenando que comemorássemos o aniversário Dele. Devemos andar como Ele andou. Sem invencionices. 

"Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens". Marcos 7:6-8

Mas porque se comemora Chanuká? Quem não é judeu pode comemorar essa festa? Em hebraico, a palavra "chanucá" significa "dedicação". Abaixo segue um texto do professor Mathes Zandona, que explica muito bem o contexto histórico para compreendermos porque essa festa existe. 


"Vindo da Macedônia, o império grego expande-se de maneira significativa, conquistando desde o Egito, Oriente Médio, até a Índia. Depois da morte de seu grande Imperador, Alexandre (336-323 a.C.), vários generais lutam pelo controle do Império. O imperador selêucida, Antiochus Epiphanes (175-163 a.C.), conquista o domínio sobre a região do Oriente Médio e investe fortemente contra toda a região da Judéia, impondo os costumes, as tradições, a religião e o pensamento grego helenístico.

Para os judeus, ele proíbe a circuncisão, a observância do Shabat, todas as restrições de comida (Kashrut), e estipula que apenas porcos poderiam ser sacrificados no Templo. Ele mesmo, num gesto de desrespeito e profanação, oferece um porco como sacrifício a Zeus, no interior do templo, no Santo dos Santos. Todos os utensílios do interior e exterior do templo são retirados, e o local passa a ser mais um templo do deus grego Zeus.

É interessante frisar que a cultura e o pensamento grego eram muito bem aceitos pelos povos dominados. O culto à mente humana, aos pensamentos filosóficos revolucionários e modernos eram vistos como expressões de uma cultura extremamente mais desenvolvida. Com exceção de Israel, o pensamento e os costumes helenísticos eram aceitos, quase em sua maioria, de maneira espontânea e não obrigatória, já que um dos aspectos gregos de domínio era a não imposição da sua religião. Os povos dominados eram todos politeístas e a aceitação de um ou mais deuses de uma cultura muito mais avançada não representava grande problema. 

Mas, é claro, com a nação de Israel não foi assim. Os judeus sempre foram um povo distinto e separado das outras nações pelo fato de crerem em um só D-us e de terem mandamentos, estatutos e ordenanças específicos. Por este motivo, o domínio grego em Israel foi bem mais brutal e violento.

Certo dia, um oficial sírio ordena que Matitiahu Ha Macabí (Mateus, o Martelo ou o Macabeu), cabeça de uma importante família de sacerdotes do Templo, oferecesse um porco no altar. Matitiahu, juntamente com seus cinco filhos, dão início a uma revolta judaica, matando o oficial sírio e todos os seus soldados. Sob a liderança de Matitiahu, outros judeus aderem à revolta. Por oito anos o exército dos Macabeus lutou pela libertação de Jerusalém e de Israel. Após a morte de Matitiahu, seu terceiro filho, Yehuda Há Macabí (Judá, o Macabeu), assume o controle da revolta e leva o exército dos Macabeus à vitória sobre o exército grego-sírio no ano de 165 a.C.

Livres então do domínio e da ocupação do exército grego-sírio, os macabeus dão início à purificação do Templo em Jerusalém. No dia 25 do mês de Kislev, no ano 162 a.C., eles realizam com grande celebração de rededicação do Templo com a consagração de um novo altar. O chamado ner tamid (fogo eterno) foi novamente aceso na menorá, o grande candelabro de sete pontas do interior do templo. 

Mas o óleo de oliva consagrado para queimar na menorá era suficiente para mantê-la acesa por apenas um dia e levaria no mínimo uma semana para se preparar mais óleo Então, por um milagre do D-us Todo Poderoso, o fogo na menorá continuou queimando por mais 8 dias, tempo necessário para a preparação do novo óleo, conforme o relato no livro de II Macabeus.

Alguns rabinos e autoridades judaicas consideram como sendo milagre não só os oito dias da queima do óleo na menorá do interior do Templo, mas também a vitória do exército dos Macabeus sobre o poderoso exército sírio-grego. Eles lembram que o exército dos Macabeus era, em sua maioria, composto por sacerdotes, os quais não possuíam experiência em batalhas, armas ou táticas de guerra. Eles se refugiavam nos montes e nas cavernas ao redor de Jerusalém e atacavam de noite, sob a forma de ataque surpresa em diferentes pontos da cidade.

Desde então, os judeus celebram a chamada Festa da Dedicação todos os anos durante oito dias, representando os oito dias do milagre do fogo no Templo. O maior símbolo de Chanuká é o candelabro de nove pontas – a Chanukía, como é chamada. 

A chanukía possui oito velas e uma vela central, mais alta que as outras, chamada de Shamásh (servo), com a qual todas as oito velas são acessas, uma a cada dia. É costume judaico colocar a Chanukía na janela das casas, de maneira que todos possam vê-la e se lembrar do milagre. No entardecer do primeiro dia de Chanuká, os judeus acendem a primeira das oito velas. Em cada noite subsequente, acrescenta-se uma nova vela à esquerda, até que o candelabro esteja completamente aceso ao fim de oito dias.

O momento de acender a chanukía costuma reunir todos os membros da família. Por ter um propósito sagrado, a luz não pode ser usada para nenhum outro fim, como leitura ou trabalho.

Também é comum, nas noites de Chanuká, a comunhão familiar e entre amigos. O uso de jogos durante Chanuká surgiu na Idade Média, quando os judeus eram proibidos de guardar as tradições e as festas. Eles então, durante as festas, utilizavam de variados jogos, para que se alguém estranho os visse, não desconfiasse de que se tratava de judeus realizando alguma cerimônia. 

Dentre estes jogos, os mais usados eram a Dama e o Dreidel (dado). Este último era muito utilizado durante Hanuká e acabou por se tornar um dos símbolos da mesma. No Dreidel, tem-se um dado de 4 faces, e em cada face uma das seguintes letras do alfabeto hebraico: nun, guímel, hêi e shin, que são as iniciais da frase: (Nés gadól haiá shâm) “Um grande milagre ocorreu lá!”.

Como o feriado comemora o milagre do óleo, é tradicional servir comidas fritas nas sinagogas e nos encontros em casa. O menu típico inclui sonhos (sufganiyot) e panquecas de batata ralada (latkes). Costume menos difundido, mas ainda assim presente, é preparar pratos à base de laticínios, como bolinhos de queijo.

Os não-judeus, mas todos os que crêem no Messias Yeshua e portanto foram enxertados na Oliveira (que é Israel) e passou a fazer parte da família de Deus (Efésios 4) podem comemorar essa festa. 

Cremos que os seguidores de Yeshua (Jesus) têm bons motivos para celebrar esta festa bíblica, se assim o desejarem. O tema principal de Chanuká é a re-consagração do Templo, e I Co. 6:19-20, relata que nós, crentes nascidos de novo, somos o Templo do Espírito Santo. Os crentes não judeus são co-herdeiros em Yeshua das promessas de Abraão (Gl. 3:29).

Nesta celebração, nós temos a oportunidade de nos re-consagrarmos, re-dedicando nossas vidas integralmente a HaShem. Não que precisemos de um dia específico para uma re-consagração. Afinal, estamos debaixo da graça de D-us. Mas, trata-se de uma oportunidade na qual podemos celebrar esta data, alegrando-nos coletivamente por termos sido salvos, agradecendo a D-us por este privilégio, enquanto tantos ainda perecem separados de D-us e da comunidade de Israel. 

Apesar de sermos a luz do mundo, vivemos em um mundo que jaz em trevas, que muitas vezes nos contamina, exercendo sobre nós todo tipo de influência negativa. Então, neste dia sentimos a liberdade de fazer nossa re-consagração, declarando coletivamente que somos livres de qualquer peso e jugo em Yeshua Ha Mashiach.

Se meditarmos um pouquinho sobre quantas vezes pecamos quando comemos, bebemos, ouvimos e vemos o que não deveríamos, ou quando tocamos em coisas que não deveríamos tocar, etc., encontraremos muito sentido em nos re-consagrarmos. Arrependemo-nos, então, e consagremo-nos ao Eterno de Israel. D-us nos dá a santidade, mas quem decide manter-se em santidade somos nós.

Lembremo-nos dos livros de Esdras e Neemias quando reconstruíram o Templo. A primeira coisa que eles fizeram foi reconstruir o altar, depois o Templo propriamente dito e, finalmente, os muros. Em outras palavras, não se consagra o Templo sem que se passe primeiro pelo altar de sacrifício, local de arrependimento e de santificação.

Isto também se aplica a nós. Primeiro, passamos pelo “altar” do Senhor nos arrependendo. Depois, sim, re-consagramos nossa vida, santificando-nos e nos purificando. Toda esta dedicação do nosso corpo (o “Templo”) ao Senhor só pode ser feita por meio do Espírito Santo, simbolizado pelo óleo que é multiplicado, derramado em nossas vidas, revelando a pessoa de Yeshua Há Mashiach. 

Assim como o azeite colocado na menorá (candelabro de 7 pontas) ou na chanukía (candelabro de 9 pontas) era puro, sem cheiro e sem fumaça quando queimado, assim também deve ser nossa vida para Adonai. 

Para nós é uma “mitzvá”(mandamento) ter que brilhar e reluzir graciosamente a beleza da natureza de D-us em nós por meio de Seu filho Yeshua. Agora, entendendo um pouco mais sobre a Festa da Dedicação, podemos celebrá-la alegremente nosso culto de Ação de Graças (I Te: 3:9)." 

Fonte: Matheus Zandona/ Ministério Ensinando de Sião

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